ECO 101 tem medo da sociedade
Ao buscar o Poder Judiciário para proibir um pacífico protesto da sociedade civil, a concessionária ECO 101, que até o momento não duplicou um quilômetro sequer da BR 101, demonstra que teme a manifestação popular.
O Comitê pela Duplicação da BR 101 tinha a pretensão de distribuir panfletos no pedágio da ECO 101 localizado entre Serra e Fundão na manhã desta sexta-feira (27). Uma manifestação meramente educativa. Contudo, parece que a concessionária não deseja que os usuários da rodovia tenham conhecimento sobre seus direitos e, principalmente, sobre os deveres que a concessionária não cumpre no contrato que assinou. Diante destes fatos, a manifestação foi cancelada.
Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil – Seção Espírito Santo (OAB-ES), Homero Mafra, lamentou a censura praticada pela concessionária contra a manifestação do Comitê pela Duplicação da BR 101.
“É esse tipo de situação que deve ser combatido. Uma empresa que pensa que pode tudo, inclusive não cumprir o contrato que assinou. E que tem medo que a sociedade civil, distribuindo panfletos, mostre os equívocos e os absurdos por ela cometidos. Buscar o interdito proibitório, como se a Ordem e os advogados pudessem ameaçar o patrimônio da empresa como se fossemos vândalos, mostra que eles não querem ser expostos”, declarou Homero Mafra.
Presidente da Federação Metropolitana do Movimento Popular da Grande Vitória, Marcello Rosa da Costa criticou a ação da ECO 101 e a considerou uma arbitrariedade. “É ditatorial e desrespeitoso com o usuário na BR 101, que está sendo lesado pelo descumprimento do contrato de duplicação. A BR passa em mais de seis cidades e já deveria estar duplicada. A concessionária não dialoga com a sociedade e usa do poder econômico para silenciá-la”, reforçou.
O presidente da Federação das Associações de Moradores da Serra também acredita em arbitrariedade. “O movimento é totalmente pacífico e ordeiro. Em pleno século XXI esse consórcio consegue liminar para proibir manifestações pacíficas como essa e, resolver o problema, que é a duplicação, ele não resolve”, frisou Jean Cassiano.