ÉTICA E FISCALIZAÇÃO - Novo corregedor da OAB-ES fala dos desafios da função
"Assumir função tão relevante na Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional do Espírito Santo é, antes de mais nada, uma grande honra. Não obstante, sabemos que será um caminho árduo, até porque, correcionar colegas e colaboradores da instituição a qual pertencemos é, no mínimo, desagradável.
Triste, porém, absolutamente necessário. Inversamente proporcional à importância da Ordem no cenário nacional, é a necessidade de criação de uma nova imagem da instituição, notadamente quando se fala na Corregedoria Geral.
Não raras vezes ouvimos magistrados, membros do Ministério Público, delegados, outros servidores públicos e, em especial, cidadãos reclamando que a Ordem sempre foi complacente com os maus advogados.
Em que pese tais reclamações, estamos certos que aludidos profissionais retratam ínfima parcela dos advogados inscritos na seccional capixaba. De qualquer sorte, saibam que mudaremos tal conceito. Trabalharemos duro para isto.
Todavia, inafastável lembrar que há advogados que são estigmatizados por fazerem, de forma aguerrida, valer suas prerrogativas, o que, desde já, registramos ser um absurdo.
Lembramos que não há hierarquia entre aqueles envolvidos no sistema de justiça. O advogado não pode ser subserviente a quem quer que seja, devendo exercer seu munus constitucional com ampla liberdade, sem qualquer temor, pois, afinal, como dizia o saudoso Sobral Pinto, “a advocacia não é profissão para os covardes”.
Não aceitaremos, nesta ótica, qualquer tentativa de que a Corregedoria Geral seja utilizada para repreender indevidamente advogados, porém, repetimos, não aceitaremos em nossos quadros aqueles profissionais que se divorciarem de seus juramentos, da Constituição da República e das leis."